terça-feira, 5 de outubro de 2010

...`a Clarice.





...aprendi a me virar sozinha, se eu to te dando linha é pra depois..depois...bem, sabe que eu nao quero mais dar linha pra depois abandonar. Há algum tempo que se quer venho dando linha...é muita energia desperdiçada, é como diriam os evolucionistas...há de se estar adaptado e perder energia é uma falta imensa de boa adaptação. Nem mesmo posso dizer se esse papo tem mesmo alguma coisa a ver com adaptação..ou evolução, mas o fato, o fato é que cansei de dar linha, cansei de abandonar..e pra ser bem honesta, cansei de me virar sozinha...cansei, mais uma vez, cansei desse papo de ser super-mulher...de dar conta de tudo...enfim, aquela ladainha que fico aqui a repetir de tempos em tempos. Talvez a questão que se possa discutir seja "por que de tempos em tempos repito toda essa ladainha??"

Começo a me perguntar o que de fora nisso influi, o que de dentro se manifesta...se pudesse me descrever em imagem, diria uma mulher sozinha num café...tomando um café e olhando pela janela, sem buscar...só mesmo observando o "lá fora"...porem essa imagem simples e tao contemporanea, por vezes nao dialoga com o bucólico do ser...que queria mais era uma casinha no campo, os amigos..um amor e nada mais...a imagem que hoje se apresenta tão tipicamente metropolitana...é também uma imagem da solidão, da "sozinhez"...da tipica "sozinhez" em que se colocam aqueles que pensam demais...que nao aceitam o óbvio, que sonham demasiadamente grande e acreditam que nao há nada que possa ser impossível...

...o que parece muito concreto, na verdade se mostra mesmo como muito abstrato, como muito romantico, como muito divagador...como muito...sonhador!! Este ser no café que dialoga com o mundo do lado de fora sem sair do seu proprio mundo, que parece o retrato do pós...languidamente esconde sua melancolia numa xicara de café...num café sem açucar, intelectual, de pouca conversa e propício a alguma divagação.

Este ser sente solidão e se preenche com letras, números, papéis...este ser é São Paulo, é Nova Yorque, é Toquio, é Paris ...é o cheio...o cheio de um tudo que nada preenche...este ser sou eu, é quem me lê, quem me busca, quem me responde...este ser pode inclusive, ser....

sábado, 2 de outubro de 2010

Os olhos de Alice II

Postado por Carla Wanessa

...viver tudo aquilo foi muito importante para Alice. Ver o mundo com os pés no chão, sem estar no meio de um furacão, sem ter que fazer força para não ser engolida...

Estar sentada ao lado daquele sentimento, vê-lo de perto, analisar, sentir, experimentar...foi uma das experiencias mais importantes da vida de Alice...fez Alice se olhar, se buscar e entender que ela tambem era capaz da paz, da sobriedade, da paciencia, do cuidado, do lento, do passo-a-passo...

...mas Alice tambem percebeu que algo naquele olho de furacão a fazia bem...afinal, foi aquele estado de espirito que a fez reconhecer o tamanho de sua força, sua enorme vontade de lutar e sua insuperavel capacidade de sonhar. Para quem achava que Alice ficaria imóvel para todo o sempre, se enganou profundamente...Alice se levantou e correu para a janela, está só esperando pelo momento de sair levada pelo vento, pra descobrir novos mundos, ser absorvida por grandes sonhos e lutar pra chegar ao pico mais alto...e lá de cima, brilhar com as estrelas....